Aix é uma cidade em que os melhores ingredientes são comprados na rua. As folhas, os legumes, os peixes, as castanhas, tudo se compra na rua, nos três dias em que os vários mercados se montam no Centre Ville: toda terça, quinta e sábado.

Não são grandes mercados cobertos, como os de São Paulo ou Belo Horizonte, mas pequenas feiras, que se espalham pelas praças do centro, colorindo as ruas com muitas tonalidades de verde, de laranja, de vermelhos e também dos vários tons brancos e amarelados dos queijos.

O mercado ao qual voltamos sempre é o da Praça Richelme, que fica bem no miolo do Centre Ville. São basicamente 3 fileiras de barracas, em que os produtos ficam expostos em mesas e caixas, com vendedores sempre muito simpáticos, o que seria muito previsível dado a imensa gentileza das pessoas desta região.

Aqui todos os compradores pegam em tudo, escolhem com cuidado cada coisa a  ser comprada, juntando tudo em cestas plásticas verdes, que são depois entregues aos vendedores, que pesam tudo, embalam o necessário e depois nos passam a conta, a ser paga sempre em dinheiro.

Letícia comprando frutas.

No geral, o que se vende aqui também está disponível no Brasil, mas quase sempre são variedades um pouco diversas, com gostos que nem sempre coincidem. A salsinha, por exemplo, tem um gosto bastante diverso, um pouco adocicado, com algo que lembra canela.

Todas as folhas tão de espécies diferentes das que existem no Brasil, feita exceção apenas para a alface americana. Embora existam também alfaces lisas, roxas e frisadas, elas são menores que as nossas e, pelo que notei, duram mais na geladeira.

Entre as espécies mais particulares de verduras, está o romanesco, um tipo de brócolis barroco, cheio de pontas e volutas. Mas também tem uma cenoura amarela, com gosto um pouco diferente, e uma batata doce que parece igual por fora, mas é alaranjada e tem um sabor entre a cenoura e a abóbora. Então, todas as comidas aqui acabam tendo sabores diversos, mesmo quando seguimos uma receita igual.

Já as castanhas são mais parecidas, sendo previsível que as castanhas brasileiras aqui sejam mais caras e menos frescas, o que faz valer mais a pena comer pistaches.

Além das bancas de vegetais, há 3 bancas excelentes de peixes. Compramos já bacalhau seco (aqui, um peixe pequeno, de uns 40cm), um dorso de bacalhau fresco (que eles chamam de cabillaud), um pouco de salmão (da escócia) e este atum aqui embaixo, que virou sushi.

E deixamos por último as bancas de queijos, que são de outro planeta. Há uma diversidade imensa de tipos, texturas e preços, mas a presença mais emblemática é a dos pequenos queijos circulares de cabra.

Esta aqui é a banca em que compramos um Tomme de leite de ovelha, que foi o queijo campeão até agora, exceto para o Mathias, que preferiu o Comte maturado, que é o queijo mais parecido com o Parmesão que conseguimos encontrar.