A noite de Aix-en-Provence, no Centre-Ville, é cheia de contrastes. Em algumas ruas e bares, as pessoas se concentram. Nos últimos fins de semana do outono, havia bastante gente, o que podíamos medir pela ausência de vagas nos estacionamentos subterrâneos que se espalham sob o centro.

Uma vez alugamos um carro e eu tentei estacioná-lo num começo de noite de sábado. Passei 10 minutos descendo 6 andares de engarrafamento subterrâneo, até encontrar uma vaga. Na manhã seguinte, o carro estava sozinho. Porém, na maior parte do centro, a paisagem parece um quadro de Hopper, com suas poucas figuras.

Em alguns lugares, como na foto do início, não se observa ninguém. Depois entendi que há três grandes pontos de concentração, com grandes zonas de amortecimento e uma parte totalmente desértica, por onde passamos silenciosamente, sob a luz dos lampiões. Imagino que tudo seja diferente no verão, mas ainda precisamos esperar um pouco para descobrir.

Nós, que não somos daqui, não tínhamos esse instinto de aproveitar enquanto as temperaturas estavam ainda razoáveis, e dava para andar sem casaco pela cidade. Pouco tempo depois de aportarmos por aqui, chegou o frio, esvaziando bastante as ruas noturnas.

Uma das saídas noturnas mais memoráveis foi para ver a obra que simulava uma aurora boreal, projetada no céu da Rotonde.

Em seguida, chegaram as luzes de natal, que geraram algum movimento, mas não romperam a calma silenciosa da noite aixoise, ainda mais com a chuva que caiu junto com ela.